CARTOGRAFIAS FEMININAS NEGRAS COMO ESTRATÉGIA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: A EXPERIÊNCIA DO “INVESTIGA MENINA!”
Black female cartographies as scientific dissemination strategy: the experience of “Investigate Girl!”
Resumo
A ciência e as e os cientistas, historicamente, são representadas/os de forma estereotipada associada a questões de gênero e raça. Neste texto, versamos sobre a desmistificação da visão de cientista, como unicamente de um sujeito masculino, branco, europeu e isolado em seu laboratório. Para isso, promovemos ações chamadas de “Vivências interculturais”, nas quais duas cientistas negras brasileiras são convidadas a falarem sobre suas trajetórias de vida e suas pesquisas científicas, em diferentes espaços, contribuindo para a divulgação científica em nosso país. Pelo viés da pesquisa participante e fazendo uso da análise da conversação este estudo analisou e discutiu uma dessas intervenções investigando a parceria entre a universidade e o movimento de mulheres negras encabeçado por uma Organização Não-Governamental de Goiânia-GO e analisamos a forma de exposição de uma das pesquisadoras quanto aos aspectos epistemológicos do conhecimento química em situação de divulgação científica. Ao fim, concluímos que a promoção do encontro intercultural de cientistas negras contemporâneas e as mulheres negras da luta social efetivou a parceria propiciando o desmantelamento de ideologias racistas e sexistas sobre a contribuição da mulher negra na ciência e tecnologia e que a linguagem científica, neste contexto, pode ser adaptada com o uso de analogias para compreensão de um público leigo.
Os autores mantém os direitos autorais da contribuição, mas conferem o direito da revista Experiências em Ensino de Ciências do direito da publicação.
